Pedro era um exímio nadador. Moreno, magro, porte atlético, que via no oceano azul a sua maior fonte de inspiração. Cada braçada era um sentimento de valentia, principalmente sobre as águas geladas da Praia Grande. Foi ali onde começou sua obsessão pelo mar. Desde criança quando passava suas férias de verão o mar era como um deus. Sua brisa um respiro. Voltava sempre que podia, durante toda a sua vida. E, apesar de buscar novos mares, a Praia Grande era seu berço, sua força. Foi lá também onde catou sua primeira concha. A representação perfeita do feminino, feita pelas mãos da própria Afrodite. No interior das conchas moram o chamado do útero da mãe terra. Era assim que Pedro sentia. O som de cada concha um mistério, um segredo, perdido na imensidão do infinito.
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