domingo, 4 de março de 2012

Traçante

Entre a razão e a loucura, entre a loucura e a razão, acho que todos nós estamos sujeitos a vida entre o céu e o inferno. Presos na terra de homens devoradores de outros homens, na beira do abismo do medo. Cair é fácil, levantar é difícil. E quem diz o contrário não sabe de muita coisa, talvez nada.

Infernos particulares, foi uma obra que vi outro dia. A obra em si não era tão boa, mas o nome fazia toda a diferença. Fase negra da alma, alma sem calma, blábláblá. Pá, um eco na escuridão. Alguém caiu lá no fundo que não vejo mais. Porque o mundo inteiro está sujeito a antidepressivos? Por que as pessoas se sentem tão sozinhas? Se eu soubesse responder não estaria perguntando.

Então, confuso decidi procurar respostas, a arte do achismo é pura vaidade. Por isso decidi ir além, independente do que esta decisão pudesse me custar.

Um dia achei que seguia uma linha reta e caminhei incansavelmente nesta linha reta seguindo as estrelas. Foi quando um sujeito no meio do caminho me avisou que as estrelas mudavam de lugar e eu na minha ignorância não sabia que a linha reta é um traçado um tanto quanto complicado, porque quem diz que a linha reta é reta mesmo? Muitas vezes a linha circular é o melhor caminho. No entanto, isso é outra estória.
Segui a reta para me encontrar, e no percurso deixei minha barba crescer. Quando meus pés começaram a doer não parei. Segui e segui ao som de Beatles, depois Jimi, depois entrei num silêncio profundo. O Silêncio me trouxe um pouco de paz, contudo a paz virou um inferno e passei a não aguentar mais o silêncio nem a solidão. Foi aí que me deparei que tinha voltado para o ponto de partida. Mas como, se tracei uma linha reta?

O mundo é redondo, o mundo dá voltas, o mundo... Infinito. Não, eu não estava no mesmo lugar, mas parecia dejavú. Me senti garoto novamente com as mesmas incertezas e inseguranças. Foi vendo os meus pés que pude perceber o quanto tinha caminhado.

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