sexta-feira, 30 de abril de 2010
diário de algum momento
Eu não sei porque eu me acostumei com a morte. É estranho, ninguém deveria se acostumar com isso. Acho que em 1997 todo mundo que podia morrer na minha vida morreu, mesmo aqueles que estavam vivos. Deve ser por isso que não sei separar as coisas, o real do imaginário. Criei mil barreiras para não me ferir. Já perdi o meu herói, não quero sucumbir a outras perdas dessa intensidade, se é que elas existam. Meu segundo herói, me desencontrei dele, eu quero encontrá-lo. Novamente? Será que ele é? Ele é? nossa, isso é muito difícil de dizer, porque tudo é nada, e o ser humano tem a capacidade de criar no imaginário um universo de ideias que é inimaginável. Ele é? Não sei me separar de vivos, não aprendi isso. Porque eles estão sempre ali, então será que têm que se separar desses? Acho que o mais difícil nesse tempo contemporâneo é conseguir desvencilhar o mito da verdade absoluta. Absoluta, nossa que clichê! Mal estar da sociedade de massa. Eca, eu faço parte disso? Quem eu sou? onde estou? Não, não sou Alice! Sou Nice! Quem é Nice? Tanto faz? Pode ser, é tão indiferente. A gente surta e chora e cria e levanta e morre e nasce, tantas vezes, tantos ciclos, sempre iguais. Ahhhhhhhhhhhhh deixa eu gritar!!!
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